No centro austríaco existia uma família de grande renome e
conquistas, chamada Kornister, o pilar mais alto dessa família atendia
pelo nome de Pete Kornister, campeão mundial de arco e flecha e exímio
usuário de espadas, desde sabres a katanas. Sua esposa, Elizebeth, tinha um dote magnífico com uso de lanças, sejam de pontas como a Naginata ou lanças de mudança brusca, como o bastão de três sessões.
Logo
após quatro anos de casados, eles tiveram gêmeos de sexo diferente.
Analiese era uma menina doce, educada e com os gostos próximos aos do
pai. Ganhou seu primeiro arco composto com apenas 11 anos e com 13 já
competia profissionalmente.
Já Paul tinha um ar mais de relapso,
gostava apenas de viver a vida. Aprendeu e dominou bem muitas das armas
brancas presentes em sua família, como as lanças, arcos e espadas, mas
foi além. Aprendeu também a atirar com armas de fogo e ganhou o desgosto
da família, que era uma das mais honrosas no quesito de armas brancas. O
nome Kornister sempre foi idolatrado pelos amantes de bom combate, mas
Paul era visto apenas como um garoto de cabelos longos que vivia com
duas adagas em suas botas, sempre amostra e afiadas, com sua postura
imponente e prepotente.
O garoto atravessou a cavalo a cidade de
Graz com sua jaqueta preta, bordado o escudo de armas austríaco.
Divertiu-se com o dinheiro de seus pais, enquanto Analiese abria seu
caminho cheio de vitórias. Os Kornister sempre viram Paul como um erro
na família, até ele entrar no campeonato de Esgrima e vencer sua irmã de
maneira formidável, não a deixando pontuar e vencendo-a em menos de 5
minutos. A partir dessa vitória, a família enxergou Paul como um
verdadeiro Kornister.
Um dia, quando Paul estava com exatos 25 anos, seu pai o chamou e disse:
─
Meu filho, dentro de nossa sagrada família temos uma tradição. Em
tempos remotos, nossa ancestral, Astrid Kornister, ganhou de um homem
grego em uma luta usando uma lança e um escudo grego.
Desses, apenas as melhores mulheres podiam usar, pois as mulheres são as
únicas que usam lanças. Mas você quebrou essa regra e se mostrou mais
forte que sua irmã, e para ter a honra de ser o possuidor do escudo e
lança de Astrid, terá que vencer eu e sua mãe em combate. Eu com a
espada e sua mãe com a lança, para mostrar que pode ter por direito a
maior honra da família.
Paul viu detrás de seu pai, logo após ele
se movimentar para o lado direito. Os itens de Astrid eram uma lança de
ponta única desenhada nas pontas. Na ponta que estava a lâmina tinha
algo escrito, que ele não sabia dizer o que era, pois estava em grego; e
na outra ponta tinha uma bela esfera dourada com desenhos semelhantes
aos desenhos vistos em pilastras gregas. Já o escudo era grande,
com um relevo em dourado nas extremidades. No seu lado direito, havia
uma parte circular, no qual lhe lembrara de ficar em postura de guerra.
No centro, havia um sol em relevo dourado e no meio deste, a mesma
palavra da extremidade da lâmina.
Sem pestanejar, o garoto disse ao pai:
─
Me sinto honrado com tal disputa, pai, mas lhe direi algo. Esse escudo
já está com meu nome nele, e somente a mim pertence. Diga apenas o local
e o que usaremos, pois assim como o sol desse escudo simboliza o brilho
da guerra, simbolizará a glória de minha vitória sobre vocês,
humanos...
O garoto sentiu-se estranho após dizer isso, ele ficou
abismado pelo seu linguajar, que não tinha nenhuma gíria e mostrava
impetuosamente seco. O garoto apenas ficou sem reação às próprias
palavras, amarrou seus belos cabelos longos e saiu da sala, onde havia
acontecido o diálogo.
Pouco tempo antes disso, ele estava afiando
suas adagas favoritas, as quais nomeou de Catherine e Deneveu, duas
moças que estavam com ele quando ele forjou as armas em sua casa.
Catherine era uma amiga francesa que sempre estava com uma garrafa de
alguma bebida alcoólica entre as mãos e Deneveu era uma moça mais
requintada, trajava um vestido e odiava os atos impensáveis de Paul,
mas, mesmo assim, esses três tinham uma forte amizade.
Catherine
estava na sala de jogos bebendo Vodka quando Paul entrou no local, com
um rosto alegre e segurando um arco bem rústico, feito por ele mesmo em
sua residência. Ele viu a amiga e sorrindo disse:
– A minha
alcoólatra favorita já está em casa, tenho algo a dizer que a deixará
triste... Não poderei sair com você nessas 2 semanas que temos a frente,
pois participarei de dois torneios, um de arco e um de armas mistas.
Mas se quiser, poderá me ajudar a treinar.
Catherine olhou-o e o respondeu com um semblante já demonstrando o afeto da bebida em seu corpo:
–
Quem gosta de flechinhas e faquinhas aqui é você, meu caro... Gosto de
gozar a vida, no limiar da irresponsabilidade e da depravação, mas sabe
bem que só sei afiar algumas armas e bater em você quando está me
perturbando demais. Graz é uma cidade tão linda, vamos apodrecê-la com a
nossa presença nos bares e nas praças daquele lugar fétido?
–
Como disse, bebum... não poderei sair de casa nessas próximas duas
semanas. Eu sabia que o álcool alterava seu humor, não sua audição.
–
Para de ser fresco Paul, vamos hoje, até a chata de Deneveu vai comigo,
aquela coisinha chata que vive reclamando da minha bebida, do meu
cigarro, das minhas roupas. Do jeito que ela é uma santa, nem deve saber
usar um espartilho e uma calcinha fio dental. – Catherine riu.
– Isso soa como inveja, irei com você somente se conseguir me acertar com um...
As palavras de Paul foram interrompidas por uma faca que atravessou a sala e parou na porta, quase colada ao rosto de Paul.
–
Bom, quase o acertei com a faquinha que você me deu, então estamos
acertados que você vai comigo, já que quase o acertei com a “Lucy”. –
Catherine apenas sorri.
– Droga, não sei porque ainda converso com você nesse estado, mas está bem, iremos a Graz.
Paul
desceu as escadas que levavam à garagem, quando de relance ele viu seu
pai conversando com um homem muito bem trajado, com um sabre em sua
cintura. A conversa aparentava estar calorosa, pelos gritos altos que
ambos conversavam. Mas Paul não conhecia aquela língua, conseguia apenas
compreender que era grego.
Papai não falava grego e como assim está
falando tão bem a ponto de poder discutir com aquele homem, pensou Paul
enquanto segurava a mão de Catherine que o acompanhava a garagem.
Paul olhava e havia na garagem um carro bem peculiar, um Rolls Royce preto o qual ele pensou ser do cavalheiro que estava a discutir com seu pai. Observava intrigado enquanto pegava a chave de seu carro,
Catherine comentou:
– Agora sua família gosta de carros velhos, Paul?
–
Não, deve ser do homem que estava conversando com meu pai. É um belo
carro, mas não usaria ele, isso estragaria meu belo estilo. – Paul apenas
riu das palavras pronunciadas pela amiga:
– Cala a boca, liga essa merda e vamos buscar a Madre Denevue.
– Você não cansa de chamá-la de santinha, bebum?
– Não tire meu divertimento, seu estraga prazeres...e abra a porta para minha linda pessoa, senhor chato.
Paul
abriu a porta do carro e ajeitou Catherine no carro. Já que ele vivia
mudando o banco de lugar, havia alguns papéis sobre o respectivo lugar
que Catherine sentaria. Sem muitas delongas ele acelerou até casa de
Denevue buscá-la.
Denevue estava a espera dos dois em sua
simplória casa, para as pessoas era bem estranho um homem com um
sobrenome imponente como Paul teria uma amizade com uma garota como
Denevue, que saiu de seu país para tentar ter uma vida decente em outro
lugar. Paul pouco se importava com
esses estereótipos, apenas gostava da presença de Denevue próximo a sua,
sem nem se preocupar com sua classe social ou qualquer ato que a
sociedade considerasse incomum.
Paul olhou Deneveu. Vestia uma calça preta e uma blusa branca, escondida por uma jaqueta jeans. Sem pestanejar Paul comentou:
– Nossa, pela primeira vez na história eu vejo você com calça, que aconteceu?
– Estava trabalhando Paul, se der alguns minutos posso me trocar.
– Não precisa, estás linda assim.
– Olha, a santinha com roupa de gente comum – Ironizou Catherine.
– Tudo bem am...quer dizer, Paul, irei assim. – Logo após o pequeno erro na fala, Denevue ficou corada.
Não disse mais nenhuma palavra e
entrou no carro. A poucos quilômetros a frente de onde Denevue estava,
Paul avistou no trânsito o carro que estava em sua casa. Olhou a
janela de trás do RollsRoyce e viu seu pai, irmã e mãe, ele conseguiu
ver os 3 por relance ficando imediatamnte preocupado, pois sentiu um calafrio em
seu corpo.
Ele decidiu seguir o carro, sem dizer uma palavra a
Catherine e Denevue. Seguiu a alguns metros do carro onde estava seus
pais, para que não fosse percebido. O carro parou em um bar de nome
‘”Snakepub”. Paul deu continuidade e não parou no local, mas observou
seus pais descerem do carro com mais dois homens que pareciam mais
protagonistas de filmes de ação, com os corpos lotados de músculos e
roupas que mostravam mais ainda seus braços cheios de anabolizantes.
Catherine viu que os pais de Paul entraram no pub. Quando percebeu o
nervosismo dele, acabou comentando:
– Paul, não quer ir naquele pub que seus pais estão?
– Não entendo a causa deles irem àquele local, mas vamos ir nele. Aqueles homens me intrigam, podemos Denevue?
– Cla....Claro, podemos sim.
Ele deu a volta no quarteirão e estacionou a frente do pub, onde um homem estava na porta e vendo o garoto descer já lhe disse:
– Olha só, mais um Kornister veio para a festança, bem-vindo a nossa festinha, garotinho minado.
Paul
ouviu aquilo com um gosto de ódio em seus lábios, e apenas andou ao
encontro daquele homem, com os olhos já injetados do mesmo ódio que há
em seus lábios ele disse ao homem na porta:
– Enquanto eu entro e
vejo o que ocorre lá dentro, espere por mim aqui fora pois após eu sair
dali, você saberá o significado das palavras dor e humildade, seu
idiota.
O homem a porta não demonstrou nenhuma emoção em sua voz, com um ar de superioridade apenas sussurou ao garoto:
– Auribus teneo lupum
Ao
ouvir tais palavras o ódio, o medo, a euforia e o amor aos pais se
juntou em um só sentimento, abrindo caminho a sentimentos e adrenalina,
como se soubesse que abrindo aquela porta encontraria com o destino de
sua vida. Caterine percebeu o que ocorria e disse calmamente:
– Paul, você está bem? O que esse homem lhe disse?
–
Katerine, existe uma frase usada na Roma Antiga que quer dizer “segurar
o lobo pela orelha”. É uma frase que diz literalmente que qualquer
movimento que fizer vai dar merda.
– Auribus teneo lupum, conheço
essa frase. E o que você fará, Paul? – Denevue ouviu o que foi dito e
interrompeu aquele momento estranho.
– Não sei o que será ao abrir a porta, mas vou enfrentar o que quer que seja.
Paul
abriu a porta, entrando logo atrás dele Caterine e Denevue, os três
viam um bar bem antigo, com propagandas de 1980 pendurados e muita
poeira junto de teias de aranhas. Sem pensar duas vezes, ele continuou
a caminhar até uma porta ao fundo, a única que ele havia percebido que
estava limpa, em seus pensamentos passou a causa de seus pais estarem em
um bar com cara de abandonado, falido ou algo assim.
Seus
pensamentos acabaram interrompidos com uma salva de palmas vindo do
mezanino próximo a porta onde ele caminhou. Olhando para cima, Paul viu
seus pais, irmã, um homem de estatura mediana e os dois homens fortes
que traziam seus pais a esse local. Sem delongas o homem disse:
–
Boa noite, senhor Paul Kornister, como queríamos o trouxemos a esse belo
local, onde será seu último local de vida. Não poderemos deixar que suas
mãos cheguem a lança de deus, saiba que todos nós que estamos aqui
iremos apenas ver seu belo cadáver apodrecer em segundos nesse local. Como sei que és um amante de bebidas e farra, decidimos deixar que sejas
morto em seu local de festividades, senhoritas Katerine e Denevue,
segurem a nossa presa.
Após as palavras desse homem, Caterine e
Denevue segurou o garoto, deixando-o sem ação. Sem entender o que
ocorria, apenas por relance Paul percebeu os olhos delas estavam
totalmente negros, sem íris, sem pupilas, era como um buraco. O homem e
todos que estavam acima pularam em direção a Paul, todos armados de
lanças que apareceram apenas quando eles pularam.
Paul estava
mesmo sem entender aquele ocorrido todo e o que estava acontecendo. Seus
pais estavam com os olhos totalmente negros, assim como os seguranças,
mas o homem a sua frente, o que lhe disse as palavras tinha apenas um
dos olhos nessa cor, o outro era vermelho. Agora conseguiu para ver
exatamente como era aquele homem, de cabelos grisalhos e barba branca,
cobrindo seu rosto. Além de uma tatuagem no rosto, com a letra “Ômega”
em sua testa. Os pensamentos daqueles segundos acabaram quando o homem
lhe continuou a falar:
– Caro senhor Paul, o que seria pior,
morrer pela mão de seu pai, sua mãe, sua irmã ou sua amada Denevue? Acho
que pedirei a todos que lhe acertem, para que isso acabe logo, meu
pequeno idiota. Então apenas chore e sinta as lanças de seus amados
atingirem a sua bela carne de porco....Adeus, senhor Kornister, nos vemos
no inferno...
Ele apenas fechou seus olhos e pensou no amor de
seus pais, que houve pouco por ele ter sido o rebelde sem causa da
família, do amor de sua irmã, dos sentimentos que Denevue tinha por ele e
ele por ela, das risadas que tinha quando saiam com Caterine. Tudo
aquilo estava acabado nesse segundo. O gosto de suas lágrimas invadiam
sua boca, a raiva de não pode fazer nada mostrava que era o fim, a
desilusão de não ter sido um bom filho, tudo aquilo atingiu a sua mente
em segundos, até ser interrompido por uma voz que disse:
– Meu pequeno guerreiro, traga a força de seu braço e viva, pois sem você não poderei me deliciar de um futuro bem interessante.
Quando
ouviu aquelas palavras que abatiam seus pensamentos, Paul lembrou que Caterine é mais fraca que Denevue. Sacodiu seu corpo freneticamente,
fazendo assim Caterine soltá-lo, após isso ele não pensou em mais nada. Acabou acertando um chute na barriga de Denevue, com ela mais solta,
ele a jogou em direção aos 5 lanceiros que vinham perfurar seu corpo,
pensando que assim eles parariam de atacar, mas ocorreu ao contrário, as
lanças de seus pais atravessavam o corpo de Denevue, fazendo Paul não
ser acertado.
Quando ele olhou a cena, em um ímpeto de viver ele
retirou de sua bota esquerda uma das facas que carregava. A lança de um
dos homens fortes apenas passava próximo a seu corpo enquanto abaixava
para pegar a arma. Vendo que o homem forte era um alvo fácil, ele o
acertou no braço direito, fazendo perder a força que usou para segurar a
lança e assim se armou de uma das armas favoritas dele. A lança acabou
caindo em suas mãos, ele empurrou o segurança desarmado, levantou já em
postura que fez cartar o peito do segundo segurança, deixando ele
desnorteado.
Caterine se levantou do golpe de Paul,
ajudando os pais e a irmã de Paul retirar as lanças presas no corpo de
Denevue, que mesmo morta continuou com aqueles olhos pretos.
Agora
armado da lança, ele a girou rápido para se por em posição de ataque,
com a lança em riste e a lâmina apontada para baixo, mas mais próxima do
homem que tinha somente um olho negro. Sem pestanejar e com o gosto
amargo das lágrimas vindas da perda de Denevue, Paul disse:
– Não sei a causa disso, mas vou, com certeza, enviar você ao inferno, meu caro velhote.
Paul
correu ao encontro do homem, quando percebeu que seu pai vinha em sua
direção, ele virou a ponta da lança para não machucar seu pai e o atingiu
no pescoço, lembrando que o tal golpe poderia deixar desacordado por
alguns minutos e assim acabaria com a vida daquele velho. Logo voltou a
ponta da lança ao homem de um olho negro. Paul não pensou em mais nada
apenas em acertar a cabeça do homem para matá-lo, mas ao invés de
acertar o velho, ele acertou a sua mãe, que correu em direção para proteger
o tal homem. Quando percebeu que acertou a sua própria mãe, Paul gritou
alto e sua mente se prendeu em sanidade, enquanto o trauma de ter sido o
assassino de sua mãe o deixava a beira da insanidade pura, seus belos
cabelos acabou se esbranquiçando, como a neve que caía em sua casa nas
noites que ela o esperava em casa, voltando de alguma noitada.
O
homem de um olho só começou a rir freneticamente, como o golpe foi
forte, mas não havia enterrado a arma na cabeça dela, o velhote segurou
a mãe de Paul e disse:
– Olha só, que filho ingrato, matando sua
própria mãe, que lindo, agora você ficou bonitinho com seu cabelinho
novo. Está uma graça, pena que não vai viver muito, certo....Caterine ?
Ao
perceber que o homem havia dado entender que Caterine viria acertá-lo
não deu tempo de Paul desviar do golpe, apenas acabou mudando o alvo,
que agora acertou seu ombro esquerdo. Quando lembrou da frase do homem
da porta, Paul virou rapidamente e sem pestanejar acertou um corte bem
profundo nas pernas de Caterine, acabando com sua firmeza nas pernas e a
deixando incapaz de se levantar.
Paul
levantou a lâmina um pouco mais acima e a virou, atingindo a pessoa
detrás dele, decepando assim o segundo homem forte em segundos, mas
sentindo a lâmina de Analise que quase atravessou sua perna esquerda,
causando um dano que o impediria de virar-se mais do jeito que estava
fazendo naquele pequeno momento. Paul conseguia atingir sua irmã com a
ponta sem lâmina, desnorteando-a por alguns minutos.
Pensativo,
ele refletiu em como isso começou e como isso terminaria. Sua mãe e o
amor de sua vida estavam mortos, seu pai, irmã e melhor amiga atacariam
ele e o homem a sua frente não seria morto enquanto o tal encanto deles
se dissipasse. O homem de um olho negro falou:
– Meu pequenino,
mesmo eu morto essa bênção que derrubaram em seus pais e amigos não será
quebrada, mas para não dizer que sou uma pessoa ruim, aliviarei a sua
pequena dor.
Uma lança apareceu, arremessada do ar em frente
ao homem de um olho só, Paul se espantou, pois era a lança da família,
aquela com os dizeres em grego que ele não entendia. Em apenas poucos
segundos o homem cortou a cabeça de seu pai e irmã, rindo divertidamente. Com aquela façanha, Paul não teve outra atitude a não ser ir de
encontro àquele homem que previu o ataque vindo na diagonal direita e
usou o corpo da lança que segurava para desviar o golpe de Paul, fazendo
o garoto ficar totalmente a par de seu golpe que atingiu seu ombro
direito. Estranhamente a lança ficara presa no corpo do garoto, que,
sentindo a dor do golpe, atingiu as pernas do velhote com tanta força que
a lança em sua mão se soltou e ficou presa na perna direita do senhor, o qual
caiu em sequência.
Paul levantou-se, sentindo a
dor do golpe, mas conseguiu rapidamente remover a lança de seu ombro e
com sua destreza acertou a cabeça do homem, que rolou perto do corpo
de um dos seguranças. Paul percebeu o inferno que estava sendo jogado e
mergulhou de cabeça, ele ouvia uma voz enquanto tentava se recompor do
ocorrido, percebendo que a voz era de Denevue e dizia a ele com os
poucos fôlegos de vida restantes em seu corpo:
– Pau... Paul... não
poderia... aceitar a morte... sem antes... dizer qu... que eu
... eu... eu te amo, meu querido... não...
Paulo não deixou
ela terminar o que falava e a calou com um suave beijo em seus lábios
ensanguentados, até que sentiu que o último suspiro de vida dela havia
deixado seu corpo. Sem falar mais nada Paul caminhou até o corpo do
velhote e o revistou, encontrando um molho de chaves, com uma de um
carro e duas de portas, além de uma que aparentemente seria de um
cadeado.
Paul olhou para a porta de fora e viu a sombra daquele
segurança, sem dizer uma palavra ele correu em direção a sombra e com
todo o ódio, rancor, tristeza, acertou sem nenhum dó a porta e o
segurança, atravessando assim a madeira da porta e o corpo do segurança
que estava naquele local. Ele abriu a porta e viu o homem estrebuchando
em seus poucos segundos de vida, Paul removeu a arma pelo lado de fora,
sujando ela com o sangue daquele porco imundo.
Ele chutou aquele
corpo para dentro do pub, caminhou até o carro e abrindo o
porta-malas. Em seguida, verificou que havia litros de gasolina em barris e uma
caixa com um cadeado. Enquanto ele colocou os galões de gasolina, ele
abriu o cadeado e viu o escudo, que fazia parte com a lança que estava
em sua mão.
Removendo o escudo daquela caixa e colocando as armas
no chão ele entrou na Rolls Royce e acelerou com tudo, para dentro do
Pub, destruindo a porta e parte da frente do local. Ele saiu do veículo e
começou a derramar os galões de gasolina nos corpos. Em meio às
lágrimas, ele retirou do pescoço de Denevue um colar que ela sempre
usava sendo esse uma estrela.
Paul o guardou no seu bolso
enquanto saia do pub, virou a frente do estabelecimento e acendeu com
seu isqueiro um pequeno pedaço de papel, arremessando em direção a
trilha de gasolina naquele local, enquanto ele entrava em seu carro
ouvindo o som das explosões que ele mesmo causou.
Ainda com
lágrimas nos olhos e sentindo a dor daqueles ferimentos, Paul
ligou seu carro e decidiu seguir sem rumo, enquanto pensava no que
havia acontecido, mas acabou interrompido por uma voz em sua cabeça que
calmamente lhe disse:
– Meus pesares pelo ocorrido meu pequeno
guerreiro, mas isso foi preciso, para que eu pudesse lhe explicar o que
ira acontecer de agora em diante em sua vida. Apenas dirija, meu pequeno
guerreiro, para que possamos encontrar uma certa pessoa.
Capítulo escrito por Marcelo Ghenis.
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