“Thanatos”. O nome que traz arrepios até mesmo ao mais poderoso dos
oficiais de justiça mundiais. O líder de uma seita cujos nomes eram
escritos em uma Lista Negra do mais letal ao mais fraco. Ele ocupou o
posto por quase dois anos antes de assumir o controle da “Black List”.
Um prodígio quando a arte era de matar. Mortes limpas, rápidas as quais
só eram conhecidas dados bilhetes entregues a polícia local. Os crimes
eram praticamente perfeitos e planejados meticulosamente. A vítima
poderia está no lugar certo, na hora certa que ainda sim, seria
exterminada, aniquilada. Era impossível escapar das garras daquele que
se autointitulava “o mensageiro da morte”.
Só que ele realmente
era. A reencarnação eterna do braço-direito do deus do inferno.
Descobrira cedo e aceitara seu renascimento quando matou toda a sua
família em um incêndio criminoso nos arredores de Pusan, sua cidade
natal. Aquela vida detinha pelo nome de Park Ji Young. O assassino
cresceu rápido nas diversas organizações: trabalhou para a Yakuza, a
Tríade Chinesa entre outras gangues famosas do leste asiático chamando a
atenção da lista dos trinta maiores assassinos do mundo no atual
momento. Seu modus operandi diferenciava-se do demais por utilizar a força mínima. Inteligência antes da força.
Hoje
estava sentado em um lugar da Cidade Proibida. No trono que costumava
ser dos imperadores. Agora era algo não mais simbólico para o líder da
“Black List”. Cerca de cinco mil assassinos se ajoelhavam frente ao
tapete vermelho que dividia os dois ramos do maior clã de matadores que
já havia existido e visto. No controle de Thanatos que tudo se expandiu.
A Black List virou uma empresa cujo líder virou um deus. Um deus da
morte. Um deus que levava a mensagem do submundo a aqueles condenados.
De seu lado direito, garotos e garotas criados desde pequenos na
sobrevivência que era as lutas diárias. No esquerdo, homens e mulheres
os quais aprenderam com a vida a arte de matar. Cinco mil dos melhores
estavam ali naquele momento. Outros tantos milhões esperariam as ordens
transmitidas daquele momento. As reuniões aconteciam quinzenalmente e as
ordens do deus da morte eram absolutas.
O homem começou a discursar a todos os presentes.
–
Há aqueles que usam máscaras para caçar. Há aqueles que usam máscaras
para lutar por seus ideais, para inspirar, para desafiar, para meter
medo no coração de seus inimigos e amor no coração de seus seguidores.
Há aqueles que usam máscaras para proteger a si mesmo e há aqueles que
usam mascaras... Para proteger a todos.
Por alguns instantes,
Katherine ficou surpresa com o louvor que os seguidores de Park tinham
por ele, parada ao lado do trono ela observou um a um, homens e mulheres
de todos os cantos do mundo ajoelhavam-se diante do poder dele.
Honravam-no como seu deus...
Ao seu lado, Park - não seu filho
Thanatos, apesar de ter o mesmo orgulho e força que ele - sorria para a
multidão. Ela, diferente da maioria dos presentes, usava um vestido azul
escuro, quase negro, um colar de diamantes que tornava seu pescoço e o
decote do vestido ainda mais evidente, e um par de saltos pretos,
enquanto os súditos de Park limitavam-se a trajes negros e lisos.
Ele
continuou a discursar intensamente até dar suas devidas ordens. Ele
detinha um colete escuro sobre uma camisa social preta levemente
desabotoada. Uma corrente de prata adornava seu pescoço e brincos de
ouro eram visto em suas orelhas. Essa era uma das poucas influencias da
cultura sul-coreana em seu visual. Sem isso, pareceria normalmente um
descendente de orientais nascido na América ou coisa parecida.
O
discurso não durou mais que quinze minutos. Após isso, Park seguido por
Katherine dirigiram-se até a sala de conferência do imperador, que era a
sala onde os dez maiores assassinos do mundo reuniam-se.
Logo a entrar, um homem negro, de quase dois metros de altura e cem quilos de puro músculo apontou a garota que entrava com ele.
– Sua nova namorada iniciada e guarda-costas Park? - sorriu o homem.
– Sim Oni... - ele se virou para a mulher - Se apresente... amor.
A ultima palavra foi dita meio ironicamente, meio sarcasticamente. Porém, ele sabia que ela entenderia o recado.
–
Katherine Vigèe - Apresentou-se tentando decidir mentalmente o que era
mais absurdo: ser chamada de amor ou Thanatos precisando de um
guarda-costas - E você?
– Como o Park disse... Chamo-me de Oni. Charles Oni.
–
Demônio em japonês, apesar dele ser nigeriano - disse um magro rapaz no
canto esquerdo da grande mesa - Ele é o mais forte daqui.
Park
então se sentou e Katherine se pôs atrás dele para enfim, a reunião com
os dez mais começar. Cada um sentava-se em um ponto extremo da mesa. A
estrela que formava a sala de reuniões do palácio, modificado a gosto do
líder, tinha as dez pontas para identificar os dez lugares. Todos
traziam uma pessoa a acompanhá-los e era conhecido que todos que seu
deus trazia morriam quase na primeira semana de trabalho como
assistente. Oni – seu braço direito – dizia frequentemente que ele era
um sortudo, uma raposa em pele de cordeiro que sempre deixava seu
guarda-costas a mercê das dificuldades que eram as missões de alto
nível. E claro que eles não davam fé na garota que ele trouxe.
O
homem precisava de guarda-costas desde que fora atacado. E por isso
almejava vingança. Todos os dez daquela sala sabiam os motivos daquele
incidente. Por que um dos grandes fizera aquilo? Mas na verdade foi à
desculpa necessária a fazer os grandes aniquiladores de pessoas do mundo
a voltarem seus recursos e desejos a doze pessoas. Aos doze homens e
mulheres que Thanatos diziam almejar a posição deles do submundo.
Poseidon.
Hades. Zeus. Cada um intitulava-se dessa forma, as pesquisas de Oni
deram a essa forma. Um médium foi questionado. Cenas foram evidenciadas.
Poderes foram renovados. Aquelas pessoas viram a manifestação do
poderio dos indivíduos que atacaram seu deus. Os três líderes tentaram
matar o homem que comandava o submundo do crime...
O que não
sabiam era que Park Ji Young usou-se de um engodo. Usou de uma meia
verdade para voltar à organização para contra o panteão, agora mortal,
grego. Depois disso, observava. Para que no fim, a hora de dar o bote
chegasse. A hora final.
Mas ele fora atacado de verdade. E não sabia quem fora. Mas uniu o útil ao agradável e mantinha os dez na palma de sua mão.
–
Irei atacar aquela brasileira de merda – disse um homem encapuzado,
sentado brincando com uma adaga em suas mãos com uma voz claramente
infantil – Qual o nome?
– Katerina Ventura ou Anfitrite... Você decide se usa o nome real dela ou o nome na organização que eles pertencem, Richard.
Thanatos, o deus, ria por dentro da definição de Park. Mas o mortal mantinha a seriedade.
– Sim, aquela loira safada – ele lambeu a adaga – Irei fazê-la sofrer muito.
–
Já eu me contento com a Alexandra Di Angelis. – disse um belo homem,
que carregava as costas um rifle de atirador de elite – Irei mandar meus
subordinados darem um primeiro aviso.
– Tudo bem Cerberus.
– Encarrego-me de Susan Blair – disse Oni – Ela parece ser a mais forte.
– Não – sorriu Thanatos – Deixe essa comigo e com a Katherine por agora. Fique com o Roman Daniels. Ele é o mais forte.
Oni
sorriu. Ele gostava dos mais fortes, até porque tinha a proteção de um
dos grandes. Vincent Carter, o Hades, de certa forma concedeu sua benção
e parte de seu poder ao homem de quase dois metros.
– E eu com a
Charlotte Wickery – disse um homem, de cabelos curtos e loiros com
sardas aparentes em seu rosto. Ele tinha um grande físico e era tão
forte quanto Oni.
– O Cristiano é fraco em relação a você, mas deixe-o com meu enviado. Encarregue-se da mulher mesmo.
Os
outros foram designados a missões pessoais e não poderiam ir de
encontro ao restante das pessoas designadas pelo seu líder e deus agora.
Mas eles iriam. E quando fossem, poderiam ser humanos.
Mas eram muito, mas muito mortais.
Quando se retiraram, ele virou-se para Katherine.
– Eu já estou fazendo minha parte, e a sua amor?
De novo aquela palavra.
Katherine observou em silêncio enquanto cada um escolhia seus alvos. Pobres meninas... Pensou ironicamente consigo mesma ao ouvir os nomes de Perséfone e Anfitrite.
– Amor? - Ela sussurrou próximo do ouvido de Park - Você já está tendo uma fixação por essa palavra.
Riu suavemente e passo uma das unhas levemente sobre o pescoço dele.
– Gostaria de ter Hera só pra mim.
– Mas eu quero que você, junto a mim, dando o bom e velho susto na Susan Blair.
– Me prometa Hera depois, e faremos o que quiser com a Susan.
– O quer tanto com ela?
– Tenho assuntos pessoais com ela - Katherine deu de ombros. - Poderia conceder isso ao seu amor? - Indagou ironicamente.
–
Tudo pela minha querida - ele devolveu o sorriso, de maneira
sarcástica, levantando-se e virando em direção da bela mulher - Odeia
tanto Hera assim? Para ter pendências pessoais...
– O suficiente para querê-la apenas para mim - Katherine deu de ombros novamente.
Ele alisou os ombros e os braços de Katherine
– Então, como eu disse, eu prometo que deixo Hera perfeitamente para você. De bandeja.
Ele circulou a mulher de aparência jovial e bela cochichando após uma alisada em seus cabelos.
– Mas me diga... Como se matar um deus?
Katherine riu brevemente e se aproximou mais dele, entrando no jogo de sedução do assassino.
–
Junte algo que o liga a seu corpo imortal e também à sua alma imortal. O
próximo passo é o mais complicado, você descobre com o tempo, amor.
–
Muito interessante. - retrucou pegando a mulher com força e juntando a
seu corpo. Ele era frio, calculista. Ela não ficava atrás - E o que liga
uma alma a um corpo? Quebrando o ciclo do renascimento...
Ele aproximava os seus lábios nos dela.
– Algo importante - Ela sussurrou e mordiscou os lábios dele - Algo que você realmente se importaria em perder.
E
a escuridão daquela saleta. Daquele recinto no palácio dos imperadores
chineses era a melhor testemunha para ataques carnais daquele casal que
amava a morte. Ele a pegou pelas coxas, e atacou ferozmente a boca
daquela que era imortal. Nunca conhecera a delicadeza, muito menos o
amor. Só o desejo carnal por uma bela mulher que pensava como ele. E
assim o fez. De maneira bruta.
Katherine esqueceu-se de quem ele
era, de quem ele havia sido. Colocou as mãos sobre a camisa dele e
desceu-as, arrancando os botões com a ponta dos dedos, em algumas partes
suas unhas iam de encontro ao peitoral de parte, arranhando-o
visivelmente.
– Onde estávamos? - Indagou, mordendo-o mais uma vez
- Ah, é claro, os imortais. O que faz de um deus imortal, Park? -
Desceu os lábios pelo pescoço dele e mordeu-o de novo - O que faz dele
invencível?
– Seu orgulho de ser deus.
Ele apertou as
nádegas de Katherine e a empurrou forte contra a mesa. Ele a apertava, a
machucava, a fazia sua e somente sua. Não ligava para arranhões e
mordidas. Ele a queria. Seu corpo. Rasgara o vestido e a atacava de
varias formas. Mordera os seios da deusa de forma intensa. Uma hora ou
outra procurava seus lábios. Ele a possuía. Ele, um mortal, tinha uma
imortal sobre seu comando.
– Errado - Ela murmurou, empurrando-o
contra a parede depois de tudo - O que faz de um deus imortal, é seu
poder, seu símbolo de poder - Ela mergulhou os dedos nos cabelos de Park
e sorriu como uma criança - Destrua o raio de Zeus, e verá o monte de
merda que ele se tornará, o tridente de Poseidon, o elmo de Hades. Eles
são inúteis sem suas armas.
– Agora eles estão fadados à morte - ele sorriu de volta sarcasticamente - amor.
Ele a segurou fortemente a trouxe a si.
– Agora... Que a escuridão nos abrace.
– Você tem seu Ás, amor. Mas ainda precisa de mim para destruí-las. Seja um bom garoto.
Katherine
murmurou ironicamente, deixando-o guiar por ele. Apesar de seu ego
monstruoso e de sua frieza, Park poderia ser uma companhia agradável
assim como um aliado valioso. E ele queria seu corpo.
Tão quanto, ela não poderia negar que ela queria o dele.
Nota: Capítulo escrito por Vini Ribeiro
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