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domingo, 1 de novembro de 2015

Francisco Pires

28 de Outubro de 2015

Eu me lembro de quando você me perguntava se eu iria dormir na sua casa. Do seu sorriso quando eu dizia que sim. E mesmo quando corríamos pela casa toda e deixávamos todo mundo doido, eu me lembro de vê-lo feliz, pois para você bastava estarmos por perto.

Lembro quando fazíamos bagunça no seu Opala velho, que adorávamos brincar dentro, e você não se importava. As tias brigavam conosco, mas você apenas ficava feliz por estarmos com você.

Lembro quando comprava Kinder Ovo para todos nós, as vezes até dois para cada um — e olha que éramos muitos —, todos os domingos, mas você não se importava. E mesmo que meu pai reclamasse porque jogava o brinquedo fora, você continuava comprando porque adorávamos.

Lembro como ficava feliz com os almoços de domingo quando todo mundo se reunia na sua casa, e do quanto queria estar perto de todos nós. Ou de como sorria quando, na hora de ir embora, nós 7 decidíamos dormir em sua casa. O sorriso que abria quando a casa ficava cheia.

Lembro como chamava a mim e a minha irmã. Éramos suas princesinhas.

Mesmo quando seu grande amor faleceu, ainda havia espaço para um sorriso quando estávamos por perto.

Lembro quando implicava com meu pai todo fim de semana para tomar uma cachacinha com você e ele lhe respondia que cachaça era ruim. Ou quando vocês disputavam quem tinha mais cabelo na cabeça.

Lembro quando sofreu um ataque de gavião na piscina e o animal bicou sua cabeça. Desde este dia, meu pai passou a implicar com você, para tomar cuidado para o “carcará” não bicar novamente.

Lembro quando implicava com a tia, tentando encostar nela e ela mandava você se afastar dizendo que não queria pegar velhice.

Lembro como ficava mais animado quando meu pai ia almoçar todos os dias da semana com você. Ou quando você reclamava com ele por ter posto mais comida em seu prato, e ainda assim comia tudo. E mesmo quando meu pai dizia que você era narigudo e careca durante os almoços, você ficava contente.

Lembro como ficava feliz toda vez que eu te abraçava e te dava beijo.

Lembro quando soube que eu estava namorando e me pediu para que o levasse na sua casa para almoçar, pois você queria conhecê-lo.

Eu me lembro de quando estava no hospital, minha última lembrança com você. Você estava se preparando para a cirurgia e, por isso, estava internado. Minha mãe teve que ir em outro compromisso e eu fiquei com você naquela tarde. A princípio, você não queria comer de jeito nenhum e ainda falava para ligar para a tia, mas comeu no final, quando te dei comida na boca. Você comeu mais comigo do que comeu em semanas...

Foram tantos os momentos em que estivemos juntos, tantas as lembranças que fizemos... Sua ausência deixará um enorme vazio no lugar, mas continuarei a lembrar todos os nossos momentos, porque você é inesquecível.

Hoje imortalizo minhas lembranças através destas palavras para que todos saibam, mesmo que não esteja mais aqui, eu sempre irei te amar.

Adeus, vovô da princesinha.
Te amo.

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