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quinta-feira, 23 de abril de 2015

Capítulo 15: Paul

No centro austríaco existia uma família de grande renome e conquistas, chamada Kornister, o pilar mais alto dessa família atendia pelo nome de Pete Kornister, campeão mundial de arco e flecha e exímio usuário de espadas, desde sabres a katanas. Sua esposa, Elizebeth, tinha um dote magnífico com uso de lanças, sejam de pontas como a Naginata ou lanças de mudança brusca, como o bastão de três sessões.

Logo após quatro anos de casados, eles tiveram gêmeos de sexo diferente. Analiese era uma menina doce, educada e com os gostos próximos aos do pai. Ganhou seu primeiro arco composto com apenas 11 anos e com 13 já competia profissionalmente.

Já Paul tinha um ar mais de relapso, gostava apenas de viver a vida. Aprendeu e dominou bem muitas das armas brancas presentes em sua família, como as lanças, arcos e espadas, mas foi além. Aprendeu também a atirar com armas de fogo e ganhou o desgosto da família, que era uma das mais honrosas no quesito de armas brancas. O nome Kornister sempre foi idolatrado pelos amantes de bom combate, mas Paul era visto apenas como um garoto de cabelos longos que vivia com duas adagas em suas botas, sempre amostra e afiadas, com sua postura imponente e prepotente.

O garoto atravessou a cavalo a cidade de Graz com sua jaqueta preta, bordado o escudo de armas austríaco. Divertiu-se com o dinheiro de seus pais, enquanto Analiese abria seu caminho cheio de vitórias. Os Kornister sempre viram Paul como um erro na família, até ele entrar no campeonato de Esgrima e vencer sua irmã de maneira formidável, não a deixando pontuar e vencendo-a em menos de 5 minutos. A partir dessa vitória, a família enxergou Paul como um verdadeiro Kornister.

Um dia, quando Paul estava com exatos 25 anos, seu pai o chamou e disse:

─ Meu filho, dentro de nossa sagrada família temos uma tradição. Em tempos remotos, nossa ancestral, Astrid Kornister, ganhou de um homem grego em uma luta usando uma lança e um escudo grego. Desses, apenas as melhores mulheres podiam usar, pois as mulheres são as únicas que usam lanças. Mas você quebrou essa regra e se mostrou mais forte que sua irmã, e para ter a honra de ser o possuidor do escudo e lança de Astrid, terá que vencer eu e sua mãe em combate. Eu com a espada e sua mãe com a lança, para mostrar que pode ter por direito a maior honra da família.

Paul viu detrás de seu pai, logo após ele se movimentar para o lado direito. Os itens de Astrid eram uma lança de ponta única desenhada nas pontas. Na ponta que estava a lâmina tinha algo escrito, que ele não sabia dizer o que era, pois estava em grego; e na outra ponta tinha uma bela esfera dourada com desenhos semelhantes aos desenhos vistos em pilastras gregas. Já o escudo era grande, com um relevo em dourado nas extremidades. No seu lado direito, havia uma parte circular, no qual lhe lembrara de ficar em postura de guerra. No centro, havia um sol em relevo dourado e no meio deste, a mesma palavra da extremidade da lâmina.

Sem pestanejar, o garoto disse ao pai:

─ Me sinto honrado com tal disputa, pai, mas lhe direi algo. Esse escudo já está com meu nome nele, e somente a mim pertence. Diga apenas o local e o que usaremos, pois assim como o sol desse escudo simboliza o brilho da guerra, simbolizará a glória de minha vitória sobre vocês, humanos...

O garoto sentiu-se estranho após dizer isso, ele ficou abismado pelo seu linguajar, que não tinha nenhuma gíria e mostrava impetuosamente seco. O garoto apenas ficou sem reação às próprias palavras, amarrou seus belos cabelos longos e saiu da sala, onde havia acontecido o diálogo.

Pouco tempo antes disso, ele estava afiando suas adagas favoritas, as quais nomeou de Catherine e Deneveu, duas moças que estavam com ele quando ele forjou as armas em sua casa. Catherine era uma amiga francesa que sempre estava com uma garrafa de alguma bebida alcoólica entre as mãos e Deneveu era uma moça mais requintada, trajava um vestido e odiava os atos impensáveis de Paul, mas, mesmo assim, esses três tinham uma forte amizade.

Catherine estava na sala de jogos bebendo Vodka quando Paul entrou no local, com um rosto alegre e segurando um arco bem rústico, feito por ele mesmo em sua residência. Ele viu a amiga e sorrindo disse:

– A minha alcoólatra favorita já está em casa, tenho algo a dizer que a deixará triste... Não poderei sair com você nessas 2 semanas que temos a frente, pois participarei de dois torneios, um de arco e um de armas mistas. Mas se quiser, poderá me ajudar a treinar.

Catherine olhou-o e o respondeu com um semblante já demonstrando o afeto da bebida em seu corpo:

– Quem gosta de flechinhas e faquinhas aqui é você, meu caro... Gosto de gozar a vida, no limiar da irresponsabilidade e da depravação, mas sabe bem que só sei afiar algumas armas e bater em você quando está me perturbando demais. Graz é uma cidade tão linda, vamos apodrecê-la com a nossa presença nos bares e nas praças daquele lugar fétido?

– Como disse, bebum... não poderei sair de casa nessas próximas duas semanas. Eu sabia que o álcool alterava seu humor, não sua audição.

– Para de ser fresco Paul, vamos hoje, até a chata de Deneveu vai comigo, aquela coisinha chata que vive reclamando da minha bebida, do meu cigarro, das minhas roupas. Do jeito que ela é uma santa, nem deve saber usar um espartilho e uma calcinha fio dental. – Catherine riu.

– Isso soa como inveja, irei com você somente se conseguir me acertar com um...

As palavras de Paul foram interrompidas por uma faca que atravessou a sala e parou na porta, quase colada ao rosto de Paul.

– Bom, quase o acertei com a faquinha que você me deu, então estamos acertados que você vai comigo, já que quase o acertei com a “Lucy”. – Catherine apenas sorri.

– Droga, não sei porque ainda converso com você nesse estado, mas está bem, iremos a Graz.

Paul desceu as escadas que levavam à garagem, quando de relance ele viu seu pai conversando com um homem muito bem trajado, com um sabre em sua cintura. A conversa aparentava estar calorosa, pelos gritos altos que ambos conversavam. Mas Paul não conhecia aquela língua, conseguia apenas compreender que era grego.

Papai não falava grego e como assim está falando tão bem a ponto de poder discutir com aquele homem, pensou Paul enquanto segurava a mão de Catherine que o acompanhava a garagem.

Paul olhava e havia na garagem um carro bem peculiar, um Rolls Royce preto o qual ele pensou ser do cavalheiro que estava a discutir com seu pai. Observava intrigado enquanto pegava a chave de seu carro, Catherine comentou:

– Agora sua família gosta de carros velhos, Paul?

– Não, deve ser do homem que estava conversando com meu pai. É um belo carro, mas não usaria ele, isso estragaria meu belo estilo. – Paul apenas riu das palavras pronunciadas pela amiga:

– Cala a boca, liga essa merda e vamos buscar a Madre Denevue.

– Você não cansa de chamá-la de santinha, bebum?

– Não tire meu divertimento, seu estraga prazeres...e abra a porta para minha linda pessoa, senhor chato.

Paul abriu a porta do carro e ajeitou Catherine no carro. Já que ele vivia mudando o banco de lugar, havia alguns papéis sobre o respectivo lugar que Catherine sentaria. Sem muitas delongas ele acelerou até casa de Denevue buscá-la.

Denevue estava a espera dos dois em sua simplória casa, para as pessoas era bem estranho um homem com um sobrenome imponente como Paul teria uma amizade com uma garota como Denevue, que saiu de seu país para tentar ter uma vida decente em outro lugar. Paul pouco se importava com esses estereótipos, apenas gostava da presença de Denevue próximo a sua, sem nem se preocupar com sua classe social ou qualquer ato que a sociedade considerasse incomum.

Paul olhou Deneveu. Vestia uma calça preta e uma blusa branca, escondida por uma jaqueta jeans. Sem pestanejar Paul comentou:

– Nossa, pela primeira vez na história eu vejo você com calça, que aconteceu?

– Estava trabalhando Paul, se der alguns minutos posso me trocar.

– Não precisa, estás linda assim.

– Olha, a santinha com roupa de gente comum – Ironizou Catherine.

– Tudo bem am...quer dizer, Paul, irei assim. – Logo após o pequeno erro na fala, Denevue ficou corada.

Não disse mais nenhuma palavra e entrou no carro. A poucos quilômetros a frente de onde Denevue estava, Paul avistou no trânsito o carro que estava em sua casa. Olhou a janela de trás do RollsRoyce e viu seu pai, irmã e mãe, ele conseguiu ver os 3 por relance ficando imediatamnte preocupado, pois sentiu um calafrio em seu corpo.

Ele decidiu seguir o carro, sem dizer uma palavra a Catherine e Denevue. Seguiu a alguns metros do carro onde estava seus pais, para que não fosse percebido. O carro parou em um bar de nome ‘”Snakepub”. Paul deu continuidade e não parou no local, mas observou seus pais descerem do carro com mais dois homens que pareciam mais protagonistas de filmes de ação, com os corpos lotados de músculos e roupas que mostravam mais ainda seus braços cheios de anabolizantes. Catherine viu que os pais de Paul entraram no pub. Quando percebeu o nervosismo dele, acabou comentando:

– Paul, não quer ir naquele pub que seus pais estão?

– Não entendo a causa deles irem àquele local, mas vamos ir nele. Aqueles homens me intrigam, podemos Denevue?

– Cla....Claro, podemos sim.

Ele deu a volta no quarteirão e estacionou a frente do pub, onde um homem estava na porta e vendo o garoto descer já lhe disse:

– Olha só, mais um Kornister veio para a festança, bem-vindo a nossa festinha, garotinho minado.

Paul ouviu aquilo com um gosto de ódio em seus lábios, e apenas andou ao encontro daquele homem, com os olhos já injetados do mesmo ódio que há em seus lábios ele disse ao homem na porta:

– Enquanto eu entro e vejo o que ocorre lá dentro, espere por mim aqui fora pois após eu sair dali, você saberá o significado das palavras dor e humildade, seu idiota.

O homem a porta não demonstrou nenhuma emoção em sua voz, com um ar de superioridade apenas sussurou ao garoto:
– Auribus teneo lupum

Ao ouvir tais palavras o ódio, o medo, a euforia e o amor aos pais se juntou em um só sentimento, abrindo caminho a sentimentos e adrenalina, como se soubesse que abrindo aquela porta encontraria com o destino de sua vida. Caterine percebeu o que ocorria e disse calmamente:

– Paul, você está bem? O que esse homem lhe disse?

– Katerine, existe uma frase usada na Roma Antiga que quer dizer “segurar o lobo pela orelha”. É uma frase que diz literalmente que qualquer movimento que fizer vai dar merda.

– Auribus teneo lupum, conheço essa frase. E o que você fará, Paul? – Denevue ouviu o que foi dito e interrompeu aquele momento estranho.

– Não sei o que será ao abrir a porta, mas vou enfrentar o que quer que seja.

Paul abriu a porta, entrando logo atrás dele Caterine e Denevue, os três viam um bar bem antigo, com propagandas de 1980 pendurados e muita poeira junto de teias de aranhas. Sem pensar duas vezes, ele continuou a caminhar até uma porta ao fundo, a única que ele havia percebido que estava limpa, em seus pensamentos passou a causa de seus pais estarem em um bar com cara de abandonado, falido ou algo assim.

Seus pensamentos acabaram interrompidos com uma salva de palmas vindo do mezanino próximo a porta onde ele caminhou. Olhando para cima, Paul viu seus pais, irmã, um homem de estatura mediana e os dois homens fortes que traziam seus pais a esse local. Sem delongas o homem disse:

– Boa noite, senhor Paul Kornister, como queríamos o trouxemos a esse belo local, onde será seu último local de vida. Não poderemos deixar que suas mãos cheguem a lança de deus, saiba que todos nós que estamos aqui iremos apenas ver seu belo cadáver apodrecer em segundos nesse local. Como sei que és um amante de bebidas e farra, decidimos deixar que sejas morto em seu local de festividades, senhoritas Katerine e Denevue, segurem a nossa presa.

Após as palavras desse homem, Caterine e Denevue segurou o garoto, deixando-o sem ação. Sem entender o que ocorria, apenas por relance Paul percebeu os olhos delas estavam totalmente negros, sem íris, sem pupilas, era como um buraco. O homem e todos que estavam acima pularam em direção a Paul, todos armados de lanças que apareceram apenas quando eles pularam.

Paul estava mesmo sem entender aquele ocorrido todo e o que estava acontecendo. Seus pais estavam com os olhos totalmente negros, assim como os seguranças, mas o homem a sua frente, o que lhe disse as palavras tinha apenas um dos olhos nessa cor, o outro era vermelho. Agora conseguiu para ver exatamente como era aquele homem, de cabelos grisalhos e barba branca, cobrindo seu rosto. Além de uma tatuagem no rosto, com a letra “Ômega” em sua testa. Os pensamentos daqueles segundos acabaram quando o homem lhe continuou a falar:

– Caro senhor Paul, o que seria pior, morrer pela mão de seu pai, sua mãe, sua irmã ou sua amada Denevue? Acho que pedirei a todos que lhe acertem, para que isso acabe logo, meu pequeno idiota. Então apenas chore e sinta as lanças de seus amados atingirem a sua bela carne de porco....Adeus, senhor Kornister, nos vemos no inferno...

Ele apenas fechou seus olhos e pensou no amor de seus pais, que houve pouco por ele ter sido o rebelde sem causa da família, do amor de sua irmã, dos sentimentos que Denevue tinha por ele e ele por ela, das risadas que tinha quando saiam com Caterine. Tudo aquilo estava acabado nesse segundo. O gosto de suas lágrimas invadiam sua boca, a raiva de não pode fazer nada mostrava que era o fim, a desilusão de não ter sido um bom filho, tudo aquilo atingiu a sua mente em segundos, até ser interrompido por uma voz que disse:

– Meu pequeno guerreiro, traga a força de seu braço e viva, pois sem você não poderei me deliciar de um futuro bem interessante.

Quando ouviu aquelas palavras que abatiam seus pensamentos, Paul lembrou que Caterine é mais fraca que Denevue. Sacodiu seu corpo freneticamente, fazendo assim Caterine soltá-lo, após isso ele não pensou em mais nada. Acabou acertando um chute na barriga de Denevue, com ela mais solta, ele a jogou em direção aos 5 lanceiros que vinham perfurar seu corpo, pensando que assim eles parariam de atacar, mas ocorreu ao contrário, as lanças de seus pais atravessavam o corpo de Denevue, fazendo Paul não ser acertado.

Quando ele olhou a cena, em um ímpeto de viver ele retirou de sua bota esquerda uma das facas que carregava. A lança de um dos homens fortes apenas passava próximo a seu corpo enquanto abaixava para pegar a arma. Vendo que o homem forte era um alvo fácil, ele o acertou no braço direito, fazendo perder a força que usou para segurar a lança e assim se armou de uma das armas favoritas dele. A lança acabou caindo em suas mãos, ele empurrou o segurança desarmado, levantou já em postura que fez cartar o peito do segundo segurança, deixando ele desnorteado.

Caterine se levantou do golpe de Paul, ajudando os pais e a irmã de Paul retirar as lanças presas no corpo de Denevue, que mesmo morta continuou com aqueles olhos pretos.

Agora armado da lança, ele a girou rápido para se por em posição de ataque, com a lança em riste e a lâmina apontada para baixo, mas mais próxima do homem que tinha somente um olho negro. Sem pestanejar e com o gosto amargo das lágrimas vindas da perda de Denevue, Paul disse:

– Não sei a causa disso, mas vou, com certeza, enviar você ao inferno, meu caro velhote.

Paul correu ao encontro do homem, quando percebeu que seu pai vinha em sua direção, ele virou a ponta da lança para não machucar seu pai e o atingiu no pescoço, lembrando que o tal golpe poderia deixar desacordado por alguns minutos e assim acabaria com a vida daquele velho. Logo voltou a ponta da lança ao homem de um olho negro. Paul não pensou em mais nada apenas em acertar a cabeça do homem para matá-lo, mas ao invés de acertar o velho, ele acertou a sua mãe, que correu em direção para proteger o tal homem. Quando percebeu que acertou a sua própria mãe, Paul gritou alto e sua mente se prendeu em sanidade, enquanto o trauma de ter sido o assassino de sua mãe o deixava a beira da insanidade pura, seus belos cabelos acabou se esbranquiçando, como a neve que caía em sua casa nas noites que ela o esperava em casa, voltando de alguma noitada.

O homem de um olho só começou a rir freneticamente, como o golpe foi forte, mas não havia enterrado a arma na cabeça dela, o velhote segurou a mãe de Paul e disse:

– Olha só, que filho ingrato, matando sua própria mãe, que lindo, agora você ficou bonitinho com seu cabelinho novo. Está uma graça, pena que não vai viver muito, certo....Caterine ?

Ao perceber que o homem havia dado entender que Caterine viria acertá-lo não deu tempo de Paul desviar do golpe, apenas acabou mudando o alvo, que agora acertou seu ombro esquerdo. Quando lembrou da frase do homem da porta, Paul virou rapidamente e sem pestanejar acertou um corte bem profundo nas pernas de Caterine, acabando com sua firmeza nas pernas e a deixando incapaz de se levantar. 

Paul levantou a lâmina um pouco mais acima e a virou, atingindo a pessoa detrás dele, decepando assim o segundo homem forte em segundos, mas sentindo a lâmina de Analise que quase atravessou sua perna esquerda, causando um dano que o impediria de virar-se mais do jeito que estava fazendo naquele pequeno momento. Paul conseguia atingir sua irmã com a ponta sem lâmina, desnorteando-a por alguns minutos.

Pensativo, ele refletiu em como isso começou e como isso terminaria. Sua mãe e o amor de sua vida estavam mortos, seu pai, irmã e melhor amiga atacariam ele e o homem a sua frente não seria morto enquanto o tal encanto deles se dissipasse. O homem de um olho negro falou:

– Meu pequenino, mesmo eu morto essa bênção que derrubaram em seus pais e amigos não será quebrada, mas para não dizer que sou uma pessoa ruim, aliviarei a sua pequena dor.

Uma lança apareceu, arremessada do ar em frente ao homem de um olho só, Paul se espantou, pois era a lança da família, aquela com os dizeres em grego que ele não entendia. Em apenas poucos segundos o homem cortou a cabeça de seu pai e irmã, rindo divertidamente. Com aquela façanha, Paul não teve outra atitude a não ser ir de encontro àquele homem que previu o ataque vindo na diagonal direita e usou o corpo da lança que segurava para desviar o golpe de Paul, fazendo o garoto ficar totalmente a par de seu golpe que atingiu seu ombro direito. Estranhamente a lança ficara presa no corpo do garoto, que, sentindo a dor do golpe, atingiu as pernas do velhote com tanta força que a lança em sua mão se soltou e ficou presa na perna direita do senhor, o qual caiu em sequência.

Paul levantou-se, sentindo a dor do golpe, mas conseguiu rapidamente remover a lança de seu ombro e com sua destreza acertou a cabeça do homem, que rolou perto do corpo de um dos seguranças. Paul percebeu o inferno que estava sendo jogado e mergulhou de cabeça, ele ouvia uma voz enquanto tentava se recompor do ocorrido, percebendo que a voz era de Denevue e dizia a ele com os poucos fôlegos de vida restantes em seu corpo:

– Pau... Paul... não poderia... aceitar a morte... sem antes... dizer qu... que eu ... eu... eu te amo, meu querido... não...

Paulo não deixou ela terminar o que falava e a calou com um suave beijo em seus lábios ensanguentados, até que sentiu que o último suspiro de vida dela havia deixado seu corpo. Sem falar mais nada Paul caminhou até o corpo do velhote e o revistou, encontrando um molho de chaves, com uma de um carro e duas de portas, além de uma que aparentemente seria de um cadeado.

Paul olhou para a porta de fora e viu a sombra daquele segurança, sem dizer uma palavra ele correu em direção a sombra e com todo o ódio, rancor, tristeza, acertou sem nenhum dó a porta e o segurança, atravessando assim a madeira da porta e o corpo do segurança que estava naquele local. Ele abriu a porta e viu o homem estrebuchando em seus poucos segundos de vida, Paul  removeu a arma pelo lado de fora, sujando ela com o sangue daquele porco imundo.

Ele chutou aquele corpo para dentro do pub, caminhou até o carro e abrindo o porta-malas. Em seguida, verificou que havia litros de gasolina em barris e uma caixa com um cadeado. Enquanto ele colocou os galões de gasolina, ele abriu o cadeado e viu o escudo, que fazia parte com a lança que estava em sua mão.

Removendo o escudo daquela caixa e colocando as armas no chão ele entrou na Rolls Royce e acelerou com tudo, para dentro do Pub, destruindo a porta e parte da frente do local. Ele saiu do veículo e começou a derramar os galões de gasolina nos corpos. Em meio às lágrimas, ele retirou do pescoço de Denevue um colar que ela sempre usava sendo esse uma estrela.

Paul o guardou no seu bolso enquanto saia do pub, virou a frente do estabelecimento e acendeu com seu isqueiro um pequeno pedaço de papel, arremessando em direção a trilha de gasolina naquele local, enquanto ele entrava em seu carro ouvindo o som das explosões que ele mesmo causou.

Ainda com lágrimas nos olhos e sentindo a dor daqueles ferimentos, Paul ligou seu carro e decidiu seguir sem rumo, enquanto pensava no que havia acontecido, mas acabou interrompido por uma voz em sua cabeça que calmamente lhe disse:

– Meus pesares pelo ocorrido meu pequeno guerreiro, mas isso foi preciso, para que eu pudesse lhe explicar o que ira acontecer de agora em diante em sua vida. Apenas dirija, meu pequeno guerreiro, para que possamos encontrar uma certa pessoa.

Capítulo escrito por Marcelo Ghenis.
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